Receber
uma ligação da Alexia durante a semana não era nada provável - principalmente
pela manhã - ainda mais se nos últimos anos tivéssemos nos comunicado apenas
por e-mail e raras vezes por telefone.
Quando vim para Bridgeport estudar medicina, o
John já morava aqui e passamos a dividir um apartamento alugado de um conhecido
dele. Como eu e John dividíamos o quarto, enquanto ele o “usava”, eu tinha de
vazar; mas naquele dia, a caça do John levou uma amiga, a Alexia.
O fato de não conhecer quase ninguém em
Bridgeport, fez com que Alexia acabasse se tornando uma das minhas melhores
amigas até hoje. O jeito dela falar era tão incrível, o estilo “mulher
decidida” tornou-a encantadora para mim – não falo em amor, e sim atração,
desejo, tesão... Como preferirem.
Por nos tornarmos tão próximos, ela acabou
conhecendo a história da Marina e em um belo dia, eu acabei por deixar escapar
as palavras “eu” e “virgem”. A Alexia achou incrível conhecer um garoto de 18
anos virgem – tá, outras pessoas não achariam tão normal; mas eu era e não me
incomodava.
Eu dizia não estar preparado, achava que sexo
seria algo não muito necessário e que eu não queria fazer por fazer.
A Alexia me encantava – aliás, ela encantaria
qualquer garoto que a conhecesse - e aos poucos fomos nos aproximando bastante,
até que engatamos um namoro. Alexia sabia que eu ainda sentia algo por Marina,
mas o nosso amor era um amor amigo. Eu confiava muito na Alexia, e confio até
hoje. E foi com ela que tive a minha “primeira vez”. E foi comigo que ela teve
a sua primeira vez.
Foi uma noite incrível e, é claro, evitei de
contar ao John de forma premeditada. Se ele soubesse, provavelmente iria querer
me dar “dicas”, e apesar de ser inexperiente, eu não precisava.
No ano seguinte, a Alexia ganhou uma bolsa da
Universidade para estudar em uma das melhores escolas de Artes Plásticas, a
Academia de Pintura e Escultura em Paris. E esse foi o fim do nosso namoro.
Mantivemos contato, mas não era tão comum...
- O que
faz em Bridgeport? – Perguntei animado para rever minha amiga.
- Acabei
de chegar! Vim dar umas palestras na UniBridge e aproveitar para rever os
amigos! Cadê o safado do John?
- Está
noivo! Assim como eu...
- Mentira!
Preciso saber de todas as novidades! Ainda hoje! Onde nos vemos?
- Que tal
uma Restaurante?
- Muito
impessoal! Que tal um jantar aqui no “apê”? Vou te passar o endereço e ai você
chama o John! E quero conhecer as
malucas que irão casar com vocês!
- Pode
deixar! Me passa o endereço e o horário!