Eu estava
saindo do trabalho naquela noite quando uma pessoa me gritou – e eu,
obviamente, reconheceria aquela voz em qualquer lugar.
- Marina! O
que faz aqui em Bridgeport?
- Vim
resolver minha vida. Recebi uma proposta de emprego para trabalhar no
Restaurante do Steve. Vim aqui fazer uns exames necessários.
- Nossa!
Parabéns! É um ótimo lugar. Não sabia que você trabalhava na carreira de
culnária.
- Ah, eu fiz
o curso de Gastronomia quando estava em Riverview. E você? Como tá?
- Ah, to
bem. Recebi uma proposta de emprego para ser o diretor do hospital de Sunset
Valley. Devo me mudar em algumas semanas.
- Sua mãe me
contou que você vai casar... Parabéns!
- Ah,
obrigado. – Respondi meio desconsertado.
- Eu...
Tenho de ir. Até mais.
- Até,
Marina. Boa sorte!
- Pra você
também!
Peguei o
carro no estacionamento e quando passei pela frente do hospital, Marina ainda
estava lá a olhar para o horizonte.
Ela ainda
mexia comigo. Algo tão forte, tão intenso...
Enquanto ia
pra casa liguei o rádio do carro. Talking
To The Moon do Bruno Mars era a música que tocava. A música que por anos me
fez lembrar dela... Parecia que quanto mais voltas eu dava, eu sempre voltava
ao mesmo lugar: Marina.
Achei melhor
não ir para casa naquele momento. Era incrível como a presença de Marina me
fazia refletir.
Cheguei ao Mirante
Bogaard e dali fiquei olhando os prédios, as poucas árvores, as poucas pessoas
que conseguia enxergar. Ali eu me sentia como se estivesse no topo do mundo,
acima de escolhas, erros... Tudo!
- Pensar na
vida é bom, mas cuidado! A vida passa rápido demais! – Disse um senhor que
sentou-se no banco que estava atrás de mim.
Virei e
caminhei até o senhor.
- Boa Noite!
- Boa!
- Posso
sentar?
- Claro!
Sentei-me ao
seu lado e ele começou a falar.
- Um dia eu
fui assim como você! Jovem, bonito, tinha um carro bom... Mas hoje em dia nada
disso me vale.
- Como
assim?
- Eu fiz as
escolhas erradas... Hoje tenho de viver de favor na casa do meu filho...
- Sua esposa
já faleceu?
- Não... Ela
se separou de mim.
- Ah, sinto
muito.
- Não sinta!
– Ele me repreendeu. – A culpa toda foi minha. Ela sempre me amou... Sempre me
apoiou e eu me casei com ela por que a mulher que eu amava casou com outro. Se
eu tivesse lutado pelo meu primeiro amor tudo teria sido tão diferente. Se eu
não tivesse sido fraco, eu teia sido feliz.
- O senhor
não foi fraco. Todos nós cometemos erros!
- Eu sei,
mas eu não lutei pela minha felicidade. Eu me acomodei, garoto.
- Eu também.
- Você ainda
é jovem. Não cometa os mesmos erros que eu.
- Sabe... Eu
me apaixonei por uma garota na adolescência, mas ela me traiu. Eu a perdoei.
Esse ano conheci outra garota incrível que eu amo, mas ainda sinto algo aqui
dentro pela primeira. E não sei o que fazer. Eu amo as duas!
- Não...
Você não ama as duas. Garoto, eu nunca amei minha esposa. Até hoje sou
apaixonado pela minha primeira namorada. Na minha época era tudo complicado...
Os pais se metiam nos casamentos... A minha esposa é e sempre foi extremamente
linda, mas eu não a amei. Sabe por quê?
- Não...
- Porque quando
se ama uma pessoa, nenhuma outra garota nos faz mudar de opinião. Pode ser a
mais bela, a mais rica... O coração escolhe.
- Entendi.
- Se você
amasse de verdade a primeira garota, a que te traiu, você nunca teria se
apaixonado por essa garota de agora. Pra que complicar tanto a vida?
- Mas... E o
que eu sinto pela primeira garota?
- Afeto.
Carinho. Tesão. Não amor.
- Faz
sentido.
- É claro
que faz. Vá atrás da sua felicidade, do seu amor! Faça a escolha certa.
Levantei e
disse:
- Obrigado!
O senhor me fez perceber o quão idiota eu fui o tempo todo! Foi um prazer
conhecê-lo!
- O prazer
foi todo meu!
Sai correndo
e parei ao ouvir o senhor dizer uma frase:
- Seja
feliz, Edward!
Parei e
voltei em sua direção.
- Como o
senhor sabe meu nome se eu não o disse?
- Eu te
conheço do hospital.
- Ah. Até
mais!
Assim que
abri a porta de minha casa, avistei Carol parada.
- Amor,
fiquei preocupada! Onde você estava?
- Eu estava
percebendo o quanto eu sou burro!
Não deixei
que ela falasse nada e a beijei. Beijei da forma mais intensa e vivaz que
poderia. Um beijo de primeira vez.
- O que deu
em você?
- Nada... Eu
só sei que quero te ter ao meu lado pra sempre!
***Avisos***
Eu sei que estou sem atualizar a um tempo, mas não consigo ficar sem escrever. Antes de mais nada, quero dizer que não terei data certa para atualizar, provavelmente nos finais de semana. Sobre outras histórias, comento mais depois.