sábado, 30 de junho de 2012

Lassie


Encontrar um cachorro para adotar é extremamente fácil. Existem inúmeros animas que são abandonados diariamente e ai o abrigo de animais os acolhe, cuida e os encaminha para a adoção.
Entrei no site e fiquei analisando durante algumas horas as fotos de algumas cadelas e entrei em contato com um dos responsáveis pelo abrigo, expliquei a situação e ele me falou sobre uma cadelinha chamada Lassie, que tinha 7 anos e havia sido abandonada há quase um mês. Falei que morava em uma casa com uma área pequena e que já possuía um cachorro e fechamos o acordo, eu só precisava ir até o abrigo, conhecê-la, assinar a papelada e dar todo o amor necessário a ela.



Na hora de ir buscar Lassie, resolvi não levar Rufus junto, afinal eu não possuía a habilidade necessária para andar com dois cachorros daquele porte - mesmo que em um pequeno trecho - pelas movimentadas ruas de Bridgeport.
Quando a vi, percebi o quanto era linda e extremamente dócil. A coloquei no carro e ela comportou-se perfeitamente, parecia já ser adestrada. 



Quando abri a porta, Rufus veio em nossa direção e eles começaram a se cheirar – creio eu que estavam se conhecendo. 



Eu havia providenciado uma pequena mudança no quintal da casa. Coloquei duas casinhas de cachorro para eles dormirem ali quando estivesse no verão. 



Dentro de casa acrescentei uma “cama” para Lassie – ao lado da de Rufus. 



Embora eu estivesse com Lassie e Rufus, a ausência de Carol me fazia sentir vazio por dentro. Era como se uma parte do meu corpo estivesse longe de mim. Eu me sentia triste, sozinho...

Foi então que percebi o quão relapso eu estava sendo. Se eu amava a Carol de verdade, eu tinha de lutar por seu amor, e não ficar em casa aguardando que ela viesse me dizer se havia me escolhido ou escolhido o Gustavo.

Era a hora d’eu agir como um homem de verdade.  



Eu peguei a chave do carro, mas enquanto me dirigia até ele na garagem, uma pessoa se aproximou.
- Boa noite!


sábado, 23 de junho de 2012

A Outra Face Da Moeda


Resolvi dar um passeio com Rufus naquele domingo. Caminhar pela cidade faria um bem imenso para mim, embora o ar de Bridgeport não fosse dos mais agradáveis.



Cheguei em casa e avistei Carol conversando com um rapaz na sala.
- Bom dia! – Cumprimentei-os.
- Edward! - Ela falou meio assustada. – Amor, esse aqui é o Gustavo. Um... Amigo meu de Hidden Springs.
- Ah! Prazer, Gustavo!
- O prazer é meu, Edward! 



- Eu vou pro quarto, tomar um banho... Podem conversar a vontade. – Falei tentando ser gentil.
- Não precisa, Edward. Eu... Eu já vou embora. – Ele virou-se para Carol. – Até mais, Carolina. Eu fiquei muito feliz em te ver. Pensa bem no que eu te disse.
- Até mais, Gustavo! – Ela respondeu.



Abri a porta para Gustavo e ele foi embora.
- Simpático o teu amigo. – Falei de forma sincera.
- Ele... Não é meu amigo... O Gustavo é meu ex-noivo.
- Ex-noivo? – Perguntei incrédulo, afinal Carol nunca havia me falado de um ex-noivo.
- Eu não quis falar porque era um assunto delicado pra mim, Edward... Não pense que eu quis ocultar isso. É que quando nos conhecemos eu havia terminado com o Gustavo há quase um mês e vim para Bridgeport justamente pra esquecer o que ele fez...



Fui até Carol e a abracei.
- Meu amor, não se preocupa quanto a isso. Eu sei como esses assuntos são delicados.
- Eu descobri que ele teve um caso com uma amiga minha... E o pior é que mesmo depois desses meses, da mágoa, eu ainda... Me sinto ligada a ele.
- Eu sei como é isso, amor. Afinal, eu passei por isso por anos, até te conhecer. 



- Edward, me diz uma coisa: você sente algo ainda pela Marina?
- Eu... Acho que não. Por quê?
- O que você acha da gente dar um tempo?

Não esperava aquele pedido de Carol naquele momento. Era a última coisa que eu pensaria em fazer, mas ela precisava de um tempo, e eu, acima de tudo, tinha o direito de dar um tempo a ela, afinal, ela também me deu um tempo até que eu descobrisse que a amava de verdade.



Insisti para que Carol ficasse em minha casa, mas ela disse que iria pro antigo apartamento da Rosana. Me despedir dela foi algo doloroso, mas eu tinha de esperar... 



O que mais me fazia sentir mal era que eu estava só novamente. Não tinha uma companhia humana em casa. É claro que Rufus supria o carinho que – em partes – eu necessitava, mas eu não teria a companhia do meu fiel escudeiro por toda a minha vida. Foi ai que eu percebi que Rufus já tinha 12 anos e que não tinha encontrado uma “namorada”.

Acho que era a hora do meu amigão encontrar uma namorada.


sábado, 9 de junho de 2012

Certezas


Eu estava saindo do trabalho naquela noite quando uma pessoa me gritou – e eu, obviamente, reconheceria aquela voz em qualquer lugar. 


- Marina! O que faz aqui em Bridgeport?
- Vim resolver minha vida. Recebi uma proposta de emprego para trabalhar no Restaurante do Steve. Vim aqui fazer uns exames necessários.
- Nossa! Parabéns! É um ótimo lugar. Não sabia que você trabalhava na carreira de culnária.
- Ah, eu fiz o curso de Gastronomia quando estava em Riverview.  E você? Como tá?
- Ah, to bem. Recebi uma proposta de emprego para ser o diretor do hospital de Sunset Valley. Devo me mudar em algumas semanas.



- Sua mãe me contou que você vai casar... Parabéns!
- Ah, obrigado. – Respondi meio desconsertado.
- Eu... Tenho de ir. Até mais.
- Até, Marina. Boa sorte!
- Pra você também!



Peguei o carro no estacionamento e quando passei pela frente do hospital, Marina ainda estava lá a olhar para o horizonte.
Ela ainda mexia comigo. Algo tão forte, tão intenso...



Enquanto ia pra casa liguei o rádio do carro. Talking To The Moon do Bruno Mars era a música que tocava. A música que por anos me fez lembrar dela... Parecia que quanto mais voltas eu dava, eu sempre voltava ao mesmo lugar: Marina.



Achei melhor não ir para casa naquele momento. Era incrível como a presença de Marina me fazia refletir.

Cheguei ao Mirante Bogaard e dali fiquei olhando os prédios, as poucas árvores, as poucas pessoas que conseguia enxergar. Ali eu me sentia como se estivesse no topo do mundo, acima de escolhas, erros... Tudo!



- Pensar na vida é bom, mas cuidado! A vida passa rápido demais! – Disse um senhor que sentou-se no banco que estava atrás de mim.



Virei e caminhei até o senhor.
- Boa Noite!
- Boa!
- Posso sentar?
- Claro!



Sentei-me ao seu lado e ele começou a falar.
- Um dia eu fui assim como você! Jovem, bonito, tinha um carro bom... Mas hoje em dia nada disso me vale.
- Como assim?
- Eu fiz as escolhas erradas... Hoje tenho de viver de favor na casa do meu filho...
- Sua esposa já faleceu?
- Não... Ela se separou de mim.
- Ah, sinto muito.



- Não sinta! – Ele me repreendeu. – A culpa toda foi minha. Ela sempre me amou... Sempre me apoiou e eu me casei com ela por que a mulher que eu amava casou com outro. Se eu tivesse lutado pelo meu primeiro amor tudo teria sido tão diferente. Se eu não tivesse sido fraco, eu teia sido feliz.
- O senhor não foi fraco. Todos nós cometemos erros!
- Eu sei, mas eu não lutei pela minha felicidade. Eu me acomodei, garoto.
- Eu também. 



- Você ainda é jovem. Não cometa os mesmos erros que eu.
- Sabe... Eu me apaixonei por uma garota na adolescência, mas ela me traiu. Eu a perdoei. Esse ano conheci outra garota incrível que eu amo, mas ainda sinto algo aqui dentro pela primeira. E não sei o que fazer. Eu amo as duas!
- Não... Você não ama as duas. Garoto, eu nunca amei minha esposa. Até hoje sou apaixonado pela minha primeira namorada. Na minha época era tudo complicado... Os pais se metiam nos casamentos... A minha esposa é e sempre foi extremamente linda, mas eu não a amei. Sabe por quê?
- Não...
- Porque quando se ama uma pessoa, nenhuma outra garota nos faz mudar de opinião. Pode ser a mais bela, a mais rica... O coração escolhe.
- Entendi. 



- Se você amasse de verdade a primeira garota, a que te traiu, você nunca teria se apaixonado por essa garota de agora. Pra que complicar tanto a vida?
- Mas... E o que eu sinto pela primeira garota?
- Afeto. Carinho. Tesão. Não amor.
- Faz sentido.
- É claro que faz. Vá atrás da sua felicidade, do seu amor! Faça a escolha certa. 



Levantei e disse:
- Obrigado! O senhor me fez perceber o quão idiota eu fui o tempo todo! Foi um prazer conhecê-lo!
- O prazer foi todo meu!



Sai correndo e parei ao ouvir o senhor dizer uma frase:
- Seja feliz, Edward!



Parei e voltei em sua direção.
- Como o senhor sabe meu nome se eu não o disse?
- Eu te conheço do hospital.
- Ah. Até mais!



Assim que abri a porta de minha casa, avistei Carol parada.
- Amor, fiquei preocupada! Onde você estava?
- Eu estava percebendo o quanto eu sou burro! 



Não deixei que ela falasse nada e a beijei. Beijei da forma mais intensa e vivaz que poderia. Um beijo de primeira vez. 



- O que deu em você?
- Nada... Eu só sei que quero te ter ao meu lado pra sempre!

***Avisos***
Eu sei que estou sem atualizar a um tempo, mas não consigo ficar sem escrever. Antes de mais nada, quero dizer que não terei data certa para atualizar, provavelmente nos finais de semana. Sobre outras histórias, comento mais depois.