Na manhã seguinte acordei por volta das 11 horas, sendo chamado pelo McGold.
- Bom dia, Ed! Cara, você não vai acreditar! A senhora Rugabaixa é tipo, um tsunami entre os lençóis! Acredite: aquela mulher é MUITO boa de cama!
- É John. Acredito em você. Bom dia pra você também!
- Que cara é essa?! – Indagou meu amigo ao notar-me um pouco cabisbaixo. – Aconteceu alguma coisa?!
- Que tal uma caminhada pela praia? Ai te explico melhor...
Enquanto eu e McGold caminhávamos, contei a ele toda a conversa que tive com Marina na madrugada anterior.
Para surpresa minha, ele não ficou tão revoltado e pareceu compreender e aceitar a mudança dela.
Por alguns instantes ele caminhou com passos apressados. Parecia lembrar do que amigo que cometera suicídio anos atrás.
Aproximei-me e ele começou a falar.
- Cara, eu sei e você sabe que a Marina não prestava! Tá certo que eu posso até sentir um certo ódio, ou melhor, uma grande mágoa dela pelo que ela fez com o meu melhor amigo e pelo que fez com você, mas acho que sua mãe está certa... Você deveria sim conversar com ela!
- Tem certeza?! Eu tenho... medo! Medo de me “re-apaixonar” por ela...
McGold virou-se em direção à casa de meus pais e apenas disse:
- Você não precisa se “re-apaixonar” por ela, meu amigo. Você ainda é apaixonado. Só quer negar.
McGold sabia o que estava falando. E até eu mesmo sabia que era verdade e que nesses anos todos eu não havia me esquecido de Marina. Porém, uma parte do meu coração, ou melhor, da minha consciência me fazia odiá-la com todas as forças, sendo que, na verdade, eu apenas queria amá-la.
Esperei até o entardecer para ir até a casa de Marina, ainda receoso, toquei a campainha e ninguém deu sinal de vida.
- Ótimo. Pelo menos ganho mais tempo para digerir tudo.
Enquanto virava para voltar para o carro, ouvi vozes vindo do quintal da casa. Resolvi conferir.
Ao chegar ao fundo da casa, vi crianças brincando. E entre elas, Marina.
- Estou aqui! – Disse atrás dela.
Marina virou-se e não escondeu o olhar de surpresa.
- Edward! Fico feliz que tenha vindo! Venha, vamos entrar! As crianças estão brincando... Os pais já estão vindo buscá-los. Só alguns minutos.
- Tudo bem.
Marina sentou-se no sofá da casa humilde e começou a contar-me sobre sua vida.
- Logo após o John ter contado aos meus pais sobre o que eu andava fazendo por ai, eles me mandaram para um colégio de freiras em Riverview. Quando terminei o colégio, havia mudado completamente o meu jeito de ser e tornei-me voluntária no abrigo que pertencia à Paróquia. Cuidava de crianças abandonadas e órfãs. Há dois anos meus pais sofreram um sério acidente de carro e vieram a falecer. Eles tinham uma bela casa, mas estavam endividados. Paguei as inúmeras dívidas e resolvi comprar essa pequena e montar uma espécie de creche. Mas na realidade cuido das crianças durante a tarde e as ajudo com as atividades enquanto os pais trabalham. Eu soube ontem à noite, pela Claire, que você estava em Sunset. Eu tinha de te pedir desculpas.Era a última pessoa eu faltava. Conversei com os pais do Charlie, o amigo do McGold, e eles me perdoaram. Só te peço, Edward: me perdoa!
Levantei e Marina segui-me, ainda com uma expressão facial triste.
- Eu te perdôo! Todos nós somos suscetíveis a erros...E eu não posso errar em não te perdoar. E te peço desculpas pelas palavras de ontem à noite. Não te prometo ser teu amigo, ou conviver com você. Mas se é o meu perdão que você quer, você o tem.
Marina abraçou-me. Ainda parecia usar o mesmo perfume de anos atrás. Uma doce fragrância com odor de rosas.
Retribui o abraço e me despedi.
Ao chegar em casa, meus pais e McGold haviam saído. Provavelmente minha mãe o carregou para fazer compras.
Ao observar Rufus parado me olhando, o abracei! Dei o abraço mais gostoso de minha vida... Sabendo que a partir daquele dia, minha vida mudaria...
Pra melhor!
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Obs.: Esta atualização ficou um pouco grande pois é de extrema importância. ;]
Obs.²: Só para lembrar, a partir da próxima semana, teremos apenas as atualizações de terça e sábado, pois começarão as minhas aulas do cursinho. =]